Votorantim é outro grupo brasileiro que, segundo o jornal "Expresso", quis saber qual a disponibilidade dos actuais accionistas da Cimpor para venderem as suas posições.

A Camargo Corrêa, um dos maiores grupos empresariais brasileiros, está a analisar a possibilidade de entrar no capital da portuguesa Cimpor, maior cimenteira do país e uma das maiores do mundo, já com seis fábricas no Brasil. Segundo noticia o semanário "Expresso", a Camargo Corrêa e também a Votorantim estiveram na última semana a verificar a disponibilidade dos actuais accionistas da Cimpor para vender.

O "Expresso" refere, sem citar nenhum responsável, que as duas companhias brasileiras estiveram representadas por bancos de investimento, com o objectivo de saber junto de accionistas de referência até que ponto estes estão interessados em vender as suas participações. Esta é uma hipótese que se torna mais provável com o agravar da instabilidade accionista da Cimpor, que esta semana levou à substituição do seu presidente executivo (CEO), Jorge Salavessa de Moura.

O semanário português indica que a Votorantim negou "veementemente" que estivesse a negociar ou a fazer qualquer oferta envolvendo a Cimpor. Da Camargo Corrêa o jornal não obteve um comentário.

Em todo o caso, será difícil que estas companhias brasileiras (ou qualquer outro investidor) consigam uma posição de controlo na Cimpor, cuja estrutura accionista é dominada por vários grupos com interesses e posicionamentos diferentes entre si.

O maior accionista da Cimpor é a construtora portuguesa Teixeira Duarte (com 22,9% do capital), que alegadamente votou contra a substituição do CEO por Ricardo Bayão Horta, que acumula a presidência executiva com o cargo de 'chairman'.

A francesa Lafarge (17,3%), o empresário Manuel Fino (10,7%), o fundo de pensões do BCP (10%) e a estatal Caixa Geral de Depósitos (9,6%) completam o leque de maiores accionistas da Cimpor. A posição detida pela Caixa Geral de Depósitos poderá ser mais uma condicionante à entrada de novos accionistas de referência e ao seu exercício de poder, uma vez que a Caixa servirá para defender os interesses do Estado no maior grupo cimenteiro nacional.

A presença internacional da Cimpor inclui países como o Brasil (seis fábricas de cimento), Espanha, Marrocos, Egipto, Turquia, Tunísia, Moçambique, África do Sul, China, entre outros. Nos últimos anos o Brasil afirmou-se entre os três maiores mercados da Cimpor, juntamente com Portugal e Espanha.


Fonte: PortugalDigital