Um centro para o controlo da ocorrência de sismos vai ser construído no próximo ano pelo Ministério dos Recursos Minerais, no distrito de Caia, em Sofala, com capacidade de cobrir um raio de mil quilómetros quadrados. Com efeito, foi já elaborado o respectivo caderno de encargos, faltando apenas o lançamento do concurso público para a adjudicação da empreitada. Está previsto que a projectada estação sismográfica deverá também detectar o registo de fenómenos sísmicos em alguns países vizinhos como o Malawi. Actualmente, a ocorrência de sismos em Moçambique é exclusivamente detectada pelos Estados Unidos da América por falta deste avançado equipamento tecnológico no país.
Nos últimos tempos, entretanto, os sismos têm-se registado em Moçambique com maior frequência na zona de Machaze, em Manica, e na região nortenha de Niassa, surpreendendo sempre as comunidades por falta de alerta antecipado, o que tem resultado em alguns casos de morte, mutilações e avultados danos materiais nas infra-estruturas públicas e privadas.
A última ocorrência de um sismo em Machaze deixou até hoje sinais visíveis de fissuras em alguns edifícios nas cidades da Beira e Chimoio, nas províncias de Sofala e Manica, respectivamente. A necessidade da construção e apetrechamento da estação sismográfica de Caia constitui uma das principais prioridades do Governo na área geológica no próximo ano, segundo recomendações produzidas pelo XXV Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais realizado semana passada na vila do Búzi, em Sofala. Por outro lado, está também previsto o apetrechamento da estação sismográfica de Mapinhane, na província de Inhambane, a reabilitação de infra-estruturas semelhantes em Tete e Lichinga, além da formação de técnicos da área. De igual modo, será concluída no próximo ano a elaboração das cartas geológicas ambientais das cidades de Maputo e Beira na escala de 1 por 50.
Está igualmente planificada a produção de cartas geológicas, geoquímicas e de ocorrência de minerais de 1 por 50 mil nos distritos de Magude, em Maputo, Massingir e Mabalane, na província de Gaza, e Macanga, em Tete. Segundo outras projecções, deverá continuar no próximo ano a identificação e avaliação de fontes de águas termais e minerais em todo o país, garantir a certificação internacional do laboratório nacional de geologia e a elaboração de um catálogo de gemas de Moçambique. Na área mineira, o desafio vai ser de expansão do cadastro para as províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Niassa e Cabo Delgado e manter o sistema ligado directa e continuamente.
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