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Desenvolvimento de infra-estruturas em Maputo
O desenvolvimento de infra-estruturas, engenharia, serviços marinhos e treinamento de recursos humanos são os quatro tópicos que deverão marcar a próxima etapa de colaboração entre a Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) e a autoridade portuária da vizinha África do Sul (TNPA), a coberto de um memorando de entendimento rubricado o mês passado em Maputo. Segundo informações divulgadas pelo MPDC, além de ampliar e consolidar o espaço de diálogo sobre assuntos de interesse comum, a assinatura do memorando é um indicador do interesse das partes em transmitir a ideia de que a sua relação não é de concorrência mas sim de complementaridade de acções e partilha de conhecimentos a bem da flexibilização e fortalecimento do comércio entre os países.
Sobre o instrumento, o Presidente do Conselho de Administração do MPDC, Osório Lucas, disse que se trata de uma janela aberta a uma cooperação orientada para a promoção da competitividade e crescimento bem como a prossecução da visão de impulsionar o desenvolvimento de toda a região da África Austral. “Demos um passo importante para promover uma maior cooperação intra-regional, que é uma das principais prioridades da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA)”, disse Osório Lucas.
Para o Presidente do Conselho de Administração da Autoridade Portuária da África do Sul (TNPA), Tau Morwe, a integração regional está em sintonia com a estratégia da demanda de mercado definido pela Transnet que, entre outros imperativos, apela à revisão do papel das entidades estatais no desenvolvimento da logística do corredor norte-sul. “Acreditamos que dentro de um espírito de cooperação podemos ser exponencialmente mais eficientes e jogar um papel relevante na elevação do comércio inter-regional na região da SADC, que actualmente ronda os 12 por cento. O que podemos atingir continua por ser determinado, mas devemos aspirar atingir os números de outras comunidades económicas regionais, como os da Ásia e da Europa, onde o comércio inter-regional é na ordem dos 60 por cento”, disse Morwe.
A assinatura do referido memorando de entendimento é a formalização de discussões que vêm sendo desenvolvidas, complementadas de visitas de parte a parte destinadas a aprimorar o conhecimento mútuo. Outras áreas de colaboração incluem assistência com na transformação do MPDC em autoridade portuária, operações portuárias e o esforço de transição para o transporte ferroviário da carga que actualmente é movimentada por estrada. “Na realidade, isso significa que o MPDC pode ter acesso à capacidade e competência técnicas do TNPA a um custo relativamente menor do que o de portos europeus ou orientais. Por exemplo, nos serviços de dragagem TNPA estão prontos para assistir na manutenção e dragagem do Porto de Maputo.
A Escola de Excelência Marítima, líder em treinamento na área da marinha a nível de África, também está disponível para a formação de quadros moçambicanos nas áreas técnica e marítima”, disse Morwe. Por outras palavras, segundo o nosso interlocutor, a TNPA também poderá aceder à experiência do MPDC para ver o que pode ser aplicável nos portos sul-africanos. Um exemplo disso pode ser o programa de controlo de poeiras de minério no Porto de Maputo, que a TNPA está a perspectivar a sua implementação no Porto de Saldanha.
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