O Governo moçambicano está a promover reuniões para harmonizar uma posição nacional a apresentar na conferência
de Copenhaga, onde quer defender o `desejo de crescer, mas de forma sustentável´.
`Nós ainda estamos a preparar a nossa mensagem para Copenhaga, mas não queremos crescer por crescer sem ser de
forma sustentável´, afirmou recentemente a ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, durante um encontro com
empresas da área da exploração do carvão mineral.
A Conferência da ONU sobre o clima decorre em Copenhaga entre 7 e 18 de Dezembro e visa concluir um acordo que
entre em vigor antes de expirar a primeira fase do Protocolo de Quioto, em Janeiro de 2013, para travar de forma
vinculativa as emissões de dióxido de carbono.
Nos últimos dois meses Moçambique promoveu debates para encontrar uma posição nacional a levar a Copenhaga,
envolvendo instituições governamentais e não governamentais, de investigação e pesquisa e da sociedade civil.
O país também participou, em Setembro, na Reunião Internacional sobre mudanças climáticas em Banguecoque,
Tailândia, onde defendeu a posição de que se devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40%, até 2020.
O Governo de Maputo tem defendido também que as medidas desenvolvidas pelos países industrializados para reduzir
as suas emissões não devem constituir barreira para o desenvolvimento dos Estados em desenvolvimento no geral, e do
país em particular.
O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) afirma que as mudanças climáticas já são uma realidade
em Moçambique, visíveis na alteração de padrões de precipitação e temperatura e aumento da intensidade e frequência
de ocorrência de eventos climáticos como cheias, seca e tempestades, incluindo ciclones tropicais.
Por isso o Governo tem vindo a tomar medidas para fazer face às mudanças climáticas, tendo aprovado já o Plano
Director de Gestão de Calamidades Naturais e o Plano de Acção Nacional para Adaptação às Mudanças Climáticas.
No início do mês o Governo aprovou um pacote financeiro de cerca de 120 milhões de meticais, 2,5 milhões de euros,
destinados a apoiar cerca de 500.000 pessoas, em todo o país, que estavam em risco de passar fome devido à seca,
que é uma consequência das alterações climáticas.
Moçambique é considerado um país muito vulnerável a mudanças climáticas, embora nenhum país seja imune, pelo que
o mundo deve agir antes que seja tarde de mais, como disse o Presidente do país, Armando Guebuza, aquando da III
Conferência Mundial sobre o Clima, em Setembro passado em Genebra.
Nos últimos anos o país tem sofrido mais e maiores cheias, e tem sido atingido por ciclones mais potentes. A subida do
nível das águas pode pôr em risco partes da capital moçambicana e a própria cidade da Beira pode desaparecer.
Entre 7 e 18 de Dezembro a comunidade internacional vai tentar alcançar na capital dinamarquesa um acordo para
suceder ao Protocolo de Quioto (1997), que expira em 2012. O acordo deve fixar uma nova meta global para a redução
das emissões de gases com efeito de estufa.
Fonte: Câmara de Comércio Portugal Moçambique
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