A oferta pública inicial da Mota-Engil África pode superar os 500 milhões de euros se as acções da empresa forem vendidas no ponto mais alto do intervalo. A empresa pode encaixar 217 milhões de euros e a Mota-Engil um máximo de 365 milhões de euros.
A Mota-Engil divulgou esta quinta-feira o prospecto da oferta pública de venda da sua participada africana, que vai resultar na entrada da Mota-Engil África na bolsa de Londres numa operação que pode atingir 406 milhões de libras (505 milhões de euros).
As acções serão vendidas a um valor entre 9,2 (11,46 euros) e 11,6 libras (14,46 euros) cada uma. Haverá duas ofertas, sendo uma dirigida aos investidores de retalho e com preferência para os accionistas da Mota-Engil. A outra é feita pela própria pela Mota-Engil e é direccionada aos investidores institucionais.
O capital social da Mota-Engil África é actualmente composto por 100 milhões de acções. Após o aumento de capital, será composto por 115 milhões de títulos, pelo que o intervalo de preços definido no IPO avalia a companhia entre 1,058 mil milhões de libras (1,319 mil milhões de euros) e 1,334 mil milhões de libras (1,66 mil milhões de euros).
Uma avaliação superior à da própria Mota-Engil, que tem uma capitalização bolsista de 1,169 mil milhões de euros.
Duas ofertas
O IPO arranca já amanhã e as acções da Mota-Engil África deverão ser admitidas à negociação na bolsa de Londres a 16 de Julho.
O processo é feito através de duas ofertas paralelas. A oferta preferencial para os accionistas da Mota-Engil será concretizada através de um aumento de capital de 15 milhões de novas acções da empresa.
A companhia com operações em África, tendo em conta o intervalo de preços definido, encaixará entre 138 milhões de libras (172 milhões de euros) e 174 milhões de libras (217 milhões de euros).
Esta oferta tem como destinatários os investidores de retalho, sendo que os accionistas da Mota-Engil têm preferência na subscrição. Os investidores que detinham acções da Mota-Engil até ao passado dia 17 de Junho e que, como tal, estavam registados como accionistas no dia 20 de Junho, têm o direito a subscrever 0,073300995 acções da nova empresa por cada acção detida da Mota-Engil, sendo que este factor de atribuição será arredondado por defeito.
Mota-Engil encaixa no máximo 365 milhões de euros
A outra oferta é direccionada aos investidores institucionais e será concretizada pela própria Mota-Engil, ou seja, o encaixe desta oferta institucional será para a companhia liderada por Gonçalo Moura Martins.
Nesta oferta serão alienadas 20 milhões de acções da Mota-Engil África, pelo que o encaixe com a venda oscila entre 184 milhões de libras (229 milhões de euros) e 232 milhões de libras (289 milhões de euros).
Este encaixe pode ser ainda superior, caso os bancos colocadores exerçam a opção de venda de um lote adicional de 5,25 milhões de acções. Neste caso o encaixe pode variar entre 232,3 milhões de libras (290 milhões de euros) e 292,9 milhões de libras (365 milhões de euros).
Juntando as duas ofertas, a operação fica avaliada entre 322 milhões de libras (401,4 milhões de euros) e 406 milhões de libras (506 milhões de euros). Caso o lote suplementar seja exercido, o valor máximo sobe para 466,9 milhões de libras (582 milhões de euros).
Se vender as 20 milhões de acções previstas, a Mota-Engil baixará a posição na sua subsidiária africana para 69,4%. Caso o lote suplementar seja exercido, a posição será de 65%, ficando a Mota-Engil África com uma percentagem de capital dispersa em bolsa de 35%.
Os valores mencionados são brutos, já que com honorários e despesas relacionadas com a operação a Mota-Engil prevê gastar 22,7 milhões de euros.
O objectivo da Mota-Engil com a operação é financiar o seu crescimento em África, sendo que a Mota-Engil África promete entregar aos accionistas entre 50% e 75% dos lucros.
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