A instituição responsável pelo financiamento de investimentos portugueses em países em desenvolvimento apoiou no ano passado mais de 10 milhões de euros em projetos, um aumento de 77 por cento em relação ao ano anterior.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a SOFID - Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento explica que, no final de 2012, "superou a barreira dos 10 milhões de euros contratados com empresas portuguesas para financiar os seus investimentos, a vasta maioria em países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)".
A instituição financeira adianta ainda que conseguiu mobilizar cerca de 40 milhões de euros em recursos financeiros adicionais.
"A nível operacional, o crédito concedido cresceu 77 por cento e as garantias prestadas [a projetos] aumentaram 233 por cento", refere o texto, sublinhando que o montante é superior ao alcançado "no conjunto dos primeiros três anos de atividade", da sociedade.
Criada em dezembro 2007 pelo Estado português (60 por cento) e os quatro maiores bancos nacionais (BCP, BES, BPI e CGD, que têm 10 por cento cada), a SOFID tem como missão apoiar a internacionalização das empresas portuguesas e promover o desenvolvimento dos países onde estas investem.
Atualmente, a SOFID tem 23 projetos aprovados num montante global de 27 milhões de euros, em países como Moçambique, Angola, Brasil, Marrocos, África do Sul e México.
Os principais setores onde a SOFID tem atuado são a agricultura, a indústria, a construção, as telecomunicações, a energia e as tecnologias da informação.
A SOFID é igualmente a entidade gestora do InvestimoZ -- Fundo Português de Apoio ao Investimento em Moçambique, dotado de 94 milhões de euros para apoio a parcerias empresariais luso-moçambicanas.
Os responsáveis da sociedade consideram que com o aumento da atividade volta a estar em cima da mesa o reforço de recursos à disposição da SOFID por parte dos acionistas.
Apesar do modelo de negócios prever um capital inicial de 20 milhões de euros, a SOFID foi criada com um capital de apenas 10 milhões de euros.
"Esta situação tem limitado a sua intervenção, nomeadamente na participação em projetos de maior dimensão", refere a instituição, considerando que o reforço de capital permitirá à SOFID "aceder a liquidez, aumentar o montante de financiamento por operação e participar em operações lideradas por bancos multilaterais de desenvolvimento".
O comunicado adianta que o aumento de capital está a ser estudado pelo Ministério das Finanças.
A divulgação dos resultados operacionais da SOFID surge na mesma semana em que o presidente da ELO - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e Cooperação, Francisco Mantero, apelou para um urgente aumento do capital da instituição financeira, que considerou "crucial" para financiar investimentos portugueses.
in RTP Notícias
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