Cabo Verde vai instalar quatro parques eólicos com uma potência total de 28 Mw, orçados em 84 milhões de dólares (70 milhões de euros). As ilhas contempladas são Santiago (10Mw), São Vicente (6 Mw), Sal (8Mw) e Boavista (4Mw). O primeiro parque, a instalar no Monte São Filipe (Santiago), iniciará as obras neste mês de Agosto contando com 11 turbinas aero-geradoras.
Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Cabeólica, empresa mista integrada pelo Estado de Cabo Verde, ELECTRA-Empresa Pública de Água e Electricidade (clique para aceder ao site) e a InfraCo (clique para aceder ao site), entidade empresarial de doadores internacionais, que inclui, entre outros, o Banco Mundial (BM).
Energia solar fotovoltaica
No arquipélago está já em curso um outro projecto de construção de dois parques solares foto-voltaicos cuja construção foi atribuída à empresa portuguesa Martifer e que se situam no Sal (2,5 Mw), já em construção, e Santiago (5 Mw).
Reduzir a dependência energética
Com a conclusão dos projectos em curso o governo caboverdeano pretende, até finais de 2011, subir a taxa de penetração das renováveis para valores entre os 3,8% e os 4%. No limite, até 2020, a intenção é ter uma potência instalada que permita, partindo dos actuais 2,3%, garantir 25% do consumo energético total do arquipélago com a particularidade de a ilha mais pequena, a Brava, poder tornar-se 100% renovável caso se comprove essa viabilidade.
Assim que estes projectos estejam concluídos, o que se prevê para finais de 2011, no primeiro caso, e ainda este ano, no segundo, Cabo Verde ficará com uma potência instalada de 35,5 Mw reduzindo significativamente as emissões de dióxido de carbono e a dependência do petróleo para fins energéticos.
O Director Geral da Energia caboverdeano, Abraão Lopes, relembrou que por cada megawatt de potência o Estado reduz as despesas com petróleo na ordem dos 30 milhões de escudos (272 mil euros), o que multiplicado por 35,5 megawatts levará, teoricamente, a uma poupança anual de 9,6 milhões de euros só em combustível.
Também ao nível das emissões de carbono, e contabilizando apenas os ganhos nos parques eólicos, haverá considerável redução evitando-se o lançamento para a atmosfera de mais de 12.000 ton. de dióxido de carbono permitindo avaliar a possibilidade de Cabo Verde vender créditos a países terceiros.
in Jornal OJE
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